quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Resenha do filme A sociedade literária e a torta de casca de batata


“Talvez os livros tenham um instinto secreto que os leve até os leitores perfeitos”





Hoje trago a indicação de um filme lançado este ano que entrou recentemente no catálogo da Netflix e tem tudo a ver com livros: A sociedade literária e a torta de casca de batata. Dirigido por Mike Newell (o mesmo de Quatro casamentos e um funeral) e com um curioso título, trata-se de uma adaptação do livro homônimo escrito pela bibliotecária e livreira que estreou na literatura com mais de 70 anos, Mary Ann Shafer, com o apoio da sobrinha, Annie Barrows. A história se passa em Londres, no ano de 1946, logo após ao término da Segunda Guerra Mundial, período em que todos estavam se recuperando dos seus efeitos. A jovem escritora Juliet Ashton (Lily James) também busca superar as perdas sofridas e encontrar inspiração para escrever e alavancar sua carreira, ao tempo em que se relaciona com o bem sucedido e elegante norte-americano Markham Reynolds (Glen Powell).




A situação começa a mudar quando Juliet recebe uma carta do fazendeiro Dawsey Adams (Michiel Huisman), que participa de um antigo clube de leitura na Ilha de Guernsey, no Canal da Mancha. Ele solicita-lhe um livro pois não há livraria no local, que foi ocupado pela Alemanha na época da guerra. A partir de então, novas cartas são trocadas e essa correspondência desperta a curiosidade de Juliet para conhecer de perto esse clube de leitura e a forma inusitada como ele foi formado em meio à ocupação alemã, em 1941.
 



Ao chegar lá, além de se interessar em escrever sobre essa descoberta, ela percebe quão forte é o vínculo do grupo de leitores e que há muito mais a ser desvendado sobre o passado deles... Assim, resolve passar mais tempo no lugar do que o programado. Enquanto vai investigando sobre as pessoas e o que aconteceu com elas no período da ocupação, Juliet acaba criando laços de amizade e de afeto com os moradores da ilha e decide, então, escrever um livro contando a história deles, porém a ideia não é bem acolhida por esses reservados personagens.




O filme é envolvente e encantador, seja pela narrativa que proporciona aos espectadores descobrir junto com a protagonista sobre o passado dos personagens e se apaixonar por eles, seja pela fotografia do ambiente bucólico que desperta a vontade de se refugiar naquela pequena e pitoresca ilha. A relação de toda a história com o mundo dos livros e da leitura dão um toque especial. Tudo começa e termina com livro, tudo gira em torno de livros, leitura e escrita. Um livro que “viaja” até a Ilha, a existência de um clube de leitura que atrai uma escritora, a qual, a partir da aventura vivenciada com os moradores, deseja transformar em livro a história deles. Enfim, um belo filme que evidencia o poder da literatura, não só enquanto meio de conhecimento, de prazer e conexão entre as pessoas, mas também enquanto resistência, refúgio e memória. A seguir, assista ao trailer legendado: